Metallica, Egito, Bíblia, pragas e êxodo: o nascimento de um clássico!
Metallica, Egito, Bíblia, pragas e êxodo: o nascimento de um clássico!
Por Felipe Cepollini |
Minha primeira postagem no Grillocast, e tomara que não seja a única, vai direto para a Metallicapédia e é uma curiosidade sobre os primórdios da banda.
Enquanto nosso Grillo Falante foi direto ao ponto daquele que é considerado o maior clássico da história do thrash metal, eu, a Cebollinha Falante, vou retroceder alguns poucos anos.
Mas antes, um pequeno devaneio. Como todo fã de heavy metal, nós não gostamos apenas da música, gostamos e queremos saber a história e curiosidades das nossas bandas favoritas. Nesses 42 anos, com boa parte deles dedicada ao heavy metal e suas vertentes, já tive a oportunidade de conversar com fãs mais velhos e mais novos. Quando converso com fãs mais velhos, eu aprendo; com mais novos, eu ensino, ou pelo menos tento.
A história a seguir, com certeza, é conhecida por boa parte dos fãs do Metallica e do thrash metal em geral. Digo “boa parte” porque os mais novos podem não conhecer, o que não é uma vergonha. Afinal, como disse acima, eu aprendi com alguém e agora só repasso esse conhecimento.
Viram por que “Cebollinha Falante”?
Então… Antes de Kirk Hammett se juntar ao Metallica, substituindo Dave Mustaine em 1983, junto com Gary Holt, outra lenda do thrash metal e considerado um dos grandes criadores de riffs do gênero, em 1979 a dupla formou o seminal Exodus. Após três anos, o Exodus lança sua primeira demo com o criativo nome de “1982 Demo” e, um ano mais tarde, sua segunda demo, “Die By His Hand”, é lançada. Contendo apenas duas músicas (a faixa-título no lado A e “Endor” no lado B), a demo criou um certo alvoroço no underground da Bay Area. Como o foco aqui não é o Exodus, voltemos ao Metallica.
Pouco tempo após o lançamento dessa demo, Kirk Hammett deixa o Exodus para se juntar ao Metallica e logo depois começam a gravar o debut Kill ‘em All, lançado naquele mesmo longínquo ano de 1983 pelo selo Megaforce Records.
Em 1984, também lançado pela Megaforce Records, chega às prateleiras “Ride the Lightning” (melhor álbum da banda na minha opinião), outro clássico incontestável da banda e do heavy metal. O álbum contém um dos maiores clássicos do Metallica, “Creeping Death”, música tocada até os dias de hoje em seus shows e cuja letra versa sobre a Décima Praga do Egito, onde todos os primogênitos do Egito, incluindo o filho do faraó Ramsés II, morreriam por conta de um “assassino sorrateiro e rastejante”.
O que muitos fãs mais novos não sabem é que essa “praga” em forma musical vinha rastejando desde 1983 com o… Exodus! Pragas bíblicas, êxodo… Não, não é aula de história, apenas histórias do mundo heavy metal. Sim, o fã mais atento já deve ter cantarolado em sua cabeça o trecho “die by my hand, I creep across the land” e feito a conexão com aquela segunda demo do Exodus.
O trecho clássico e empolgante citado acima foi escrito por Kirk Hammett enquanto ele fazia parte do Exodus. “Die By His Hand” nunca foi regravada, então Kirk Hammett acabou utilizando o trecho em questão quando teve a oportunidade de encaixá-lo em alguma música do Metallica. O que se ouve naquele trecho é exatamente uma música demo que, após apenas um ano, ganhou uma roupagem robusta, profissional e, no fim das contas, clássica. Arrisco dizer que só esse trecho é quase tão clássico quanto a música completa.
