A Origem e o Peso da História

O Street Bulldogs nasceu em 1994, lá em Pindamonhangaba/SP, com Leonardo Kobbaz à frente. Desde o começo já traziam uma mistura potente de punk, hardcore melódico, influências de Descendents, Dag Nasty, Social Distortion — tudo isso temperado com a vida de quem mora fora do eixo e ainda assim quer gritar.

Eles meteram o pé primeiro com o EP Screaming for Anarchy (1995) e foram aparecendo em coletâneas como Monday Isn’t a Bad Day at All. Depois vieram Ten New Songs, álbum com demo-tapes gravadas quando voltaram ativamente em 1998, com músicas novas e versões antigas — um marco pro hardcore melódico brasileiro.

A banda também teve presença ao vivo impressionante: shows por várias cidades, participações com bandas internacionais, suporte em turnês, entrada em coletâneas, presença na MTV, vinhetas, clipes — tudo isso construiu não só uma discografia, mas uma reputação e uma comunidade.

Relevância no cenário alternativo

Street Bulldogs sempre foi banda de underground, mas de underground com voz. Eles provaram que não é preciso estar nos holofotes das grandes capitais pra fazer som relevante. Que se pode cantar em inglês, mas manter a raiz brasileira, fazer shows sujos, fazer barulho, fazer amizade, fazer comunidade.

Pra muita gente (eu incluso), músicas como “We Build Our Own Way”, “Adolf”, “Question Your Truth” são trilhas afetivas de anos de muito mosh, muito valor underground, muitas noites de bar, vans suadas, som de baixa qualidade mas com alma.

A parte mais pessoal: meu elo com essa cena

Lá no começo dos anos 2000, eu também tive uma banda pequena (algumas, na verdade). Nada grandioso, mas vivíamos essa cena underground, respirando hardcore, punk, suor e amizade. Eu lembro bem da sensação de estar no palco com minha guitarra, fazendo nosso som autoral. Era simples, cru, mas carregado de verdade e essência.

E essa lembrança pesa ainda mais porque meu parceiro musical daquela época, que dividia comigo essa energia e me proporcionou viver esse sonho, faleceu há 14 anos, exatamente no dia 27 de agosto. Cada notícia como essa, de banda voltando, me traz de volta não só a nostalgia, mas também a memória dele, a saudade, a gratidão por termos vivido aquilo juntos e ainda tem o fato de o anúncio ter sido feito na mesma época em que ele foi fazer o som dele em outro plano.

Março de 2026: Esperança e Expectativa

Então ver que o Street Bulldogs vai retornar aos palcos em março de 2026 é uma notícia que abre espaço pra esperança e dá gás pra saudade. Espero que seja mais do que shows — que seja reencontro, que role repertório antigo pesado, que volte aquele clima de sala de show pequena onde tudo parecia imprevisível.

• Reconexão com fãs antigos que acompanharam desde o início e viram a banda crescer.
• Introdução pra galera nova: quem nunca ouviu Street Bulldogs vai poder sentir ao vivo o que só se aprende quando escuta num disco velho ou numa coletânea lo-fi.
• Possibilidade de registro novo: que role gravação, vídeo, quem sabe algo mais para eternizar esse retorno.

Na moral, o que eu tô sentindo

Tô animado, vai ser visceral. Espero energia de palco, voz rouca, guitarra suja, público gritando, aquele sentimento de que o underground dos anos 1990/2000 nunca morreu — ele só dormiu um pouco.

Se você curtiu Street Bulldogs, marca aí: março de 2026 vai ser data pra guardar no peito.

E você? Qual show você gostaria de ver no retorno deles? Qual música do Bulldogs não pode faltar no setlist? Bora lembrar juntos, reclamar juntos, celebrar juntos.